sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

DESABAFO

Na fila do supermercado, o caixa diz uma senhora idosa:

- A senhora deveria trazer suas próprias sacolas para as compras, uma vez que sacos de plástico não são amigos do ambiente.
A senhora pediu desculpas e disse:
- Não havia essa mania verde no meu tempo.
O empregado respondeu:
- Esse é exactamente o nosso problema hoje, minha senhora. Sua geração não se preocupou o suficiente com nosso ambiente.
- Você está certo - responde a velha senhora - nossa geração não se preocupou adequadamente com o ambiente.
“Naquela época”, as garrafas de leite, garrafas de refrigerante e cerveja eram devolvidos à loja. A loja mandava de volta para a fábrica, onde eram lavadas e esterilizadas antes de cada reuso e eles, os fabricantes de bebidas, usavam as garrafas umas tantas outras vezes.
Realmente não nos preocupamos com o ambiente no nosso tempo.
Subíamos as escadas, porque não havia escadas rolantes nas lojas e nos escritórios. Caminhamos até o comércio, ao invés de usar o nosso carro de 300 cavalos de potência a cada vez que precisamos ir a dois
quarteirões.
Mas você está certo. Nós não nos preocupávamos com ambiente.
Até então, as fraldas de bebés eram lavadas, porque não havia fraldas descartáveis. Roupas secas: a secagem era feita por nós mesmos, não nestas máquinas bamboleantes de 220 volts. A energia solar e eólica é que realmente secavam nossas roupas. Os meninos pequenos usavam as roupas que tinham sido de seus irmãos mais velhos, e não roupas sempre novas.
Mas é verdade: não havia preocupação com o ambiente, naqueles dias.
“Naquela época!” só tínhamos apenas uma TV ou rádio em casa, e não uma TV em cada quarto. E a TV tinha um ecrã do tamanho de um lenço, não um ecrã do tamanho de um estádio, que depois será descartado como???
Na cozinha, tínhamos que bater tudo com as mãos porque não havia máquinas eléctricas, que fazem tudo por nós. Quando embalávamos algo um pouco frágil para o correio, usávamos jornal amassado para protegê-lo, não plástico bolha ou pellets de plástico que duram cinco séculos para começar a degradar.
“Naqueles tempos” não se usava um motor a gasolina para cortar a relva, utilizava-se uma tesoura para relva que exigia músculos. O exercício era extraordinário e não precisava ir a um ginásio usar máquinas que também funcionam a electricidade.
Mas você tem razão: não havia “naquela época” preocupação com o ambiente.
Bebíamos directamente da fonte, quando estávamos com sede, em vez de usar copos plásticos e garrafas pet que agora enchem os oceanos.
Canetas: recarregávamos com tinta umas tantas vezes ao invés de comprar uma outra. Abandonamos as navalhas, ao invés de jogar fora todos os aparelhos "descartáveis" e poluentes só porque a lâmina ficou sem corte.
Na verdade, tivemos uma grande mania verde naquela época.
Naqueles dias as pessoas apanhavam o carro eléctrico ou o autocarro e os meninos íam nas suas bicicletas ou a pé para a escola, ao invés de usar a “mãe” como um “serviço de táxi 24 horas”. Tínhamos só uma tomada em cada quarto, e não um quadro de tomadas em cada parede para alimentar uma dúzia de aparelhos. E nós não precisávamos de um “GPS” para receber sinais de satélites a milhas de distância no espaço, só para encontrar a pizzaria mais próxima.
Então, não dá até vontade de rir que a actual geração fale tanto em ambiente, mas não quer abrir mão de nada e não pensa em viver um pouco como na minha época?
(Recebido por mail)

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