domingo, 16 de outubro de 2011

Choro esta Terra


Choro esta Terra onde eu nasci,
que cresceu nas ondas
e se fez na poesia.
Choro esta Terra longa de tantos anos
e de outros tantos só.
Choro esta Terra tangida em mar
e caravelas
e de valentes que foram nelas.
Choro esta Terra de valores ardentes
feita no tempo e no labor sem preço.
Choro esta Terra erguida por heróis,
conhecida de rios e de todos os oceanos.
Choro esta Terra aquecida pelos ventos,
nascida do amor libertado por guerreiros
e pastores.
Choro,
porque fica sem poemas;
porque se esquecem os poetas
que cantaram amor,
distância e mar;
porque do Luso Povo a voz se apaga
e se esquecem os feitos.
Choro,
porque se adormece o poético desabrochar
em tretas e calmarias;
porque o chão é nosso
e estranhamente se conhece na dor
de ser vaiado.
Choro esta Terra de tantas descobertas,
longa de planícies,
bela de montanhas.
Choro esta Terra de estrofes e cantares,
de arrais e navegantes,
que a levaram até onde os mares
pousaram gente.
Choro,
porque fica estranha
carpida no fado e nos gemidos.
Choro,
porque não se conhece
empolgada na destruição dos seus remotos.
Choro,
porque a tornaram inerte
e longe das flores anunciadas.
JMA

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