domingo, 17 de outubro de 2010

Por fim um socialista que é socialista.

Presidente da Metro Mondego anuncia demissão

"Álvaro Maia Seco anunciou a demissão do cargo de presidente da sociedade Metro Mondego (MM), na sequência da extinção e integração desta sociedade na Refer, de acordo com as linhas apresentadas no Orçamento do Estado para 2011. No anúncio da decisão o também vereador socialista da Câmara de Coimbra não poupou críticas ao Governo, que acusa de "irresponsabilidade e incompetência".
"De uma forma incompetente, irresponsável e cínica e demonstrando um total desrespeito pelos cidadãos da Lousã, Miranda do Corvo, e genericamente pelos cidadãos da província, o Governo feriu de morte o projecto do metro ligeiro do Mondego", apontou o presidente demissionário.
O Orçamento do Governo para o próximo ano contempla "uma solução de extinção e integração da Metro Mondego, S.A. na REFER que salvaguarde a promoção do seu objecto social", o que merece a total reprovação de Álvaro Maia Seco, um especialista e professor universitário na área da engenharia dos transportes.
Álvaro Maia seco é doutorado em Transportes pela Universidade de Leeds (Inglaterra), è actualmente professor na Universidade de Coimbra, onde orienta mestrados e doutoramentos na área da engenharia dos transportes.
Foi responsável por diversos estudos de tráfego e mobilidade (Viseu, Leiria, Setúbal e Coimbra).
Um dos alvos do ainda presidente da Metro Mondego – só na segunda-feira deverá entregar o pedido de demissão ao presidente da Assembleia Geral da MM – é o secretário de Estado dos Transportes, Carlos Correia da Fonseca, a quem aponta uma "atitude irresponsável" e lamenta a "falta de profissionalismo e de ética ao não se dignar informar previamente as Câmaras, parceiras de projecto, nem o presidente da empresa, sobre as suas intenções".
Maia Seco, que é também vereador em Coimbra pelas listas do PS, deixa ainda uma suspeita: a extinção da MM "só não é incompreensível se houver uma intenção clara de acabar com a implementação na região de Coimbra de um sistema integrado de mobilidade suburbana e urbana baseado na ferrovia ligeira".
O socialista defende que a REFER "não tem nenhuma vocação para implementar e muito menos gerir um sistema deste tipo: a REFER é uma competente gestora de infraestuturas, não é uma gestora e muito menos uma exploradora de sistemas e transportes".
Criada em 1996, a sociedade é constituída pelos accionistas Estado (53%, municípios de Coimbra, Lousã e Miranda do Corvo (14% cada), REFER e CP (2,5% cada).
A sociedade MM é responsável pelo sistema de metro ligeiro de superfície nos municípios de Coimbra, Miranda do Corvo e Lousã. As obras arrancaram no início do ano no ramal da Lousã entre Serpins e Alto de São João (Coimbra), com duas empreitadas superiores a 50 milhões de euros.
O presidente da MM avisa que, "não se podendo ignorar a grave crise económico-financeira em que vivemos, o PEC não pode ser 'cego' e justificar tudo, e neste caso pôr em causa um projecto fulcral para Coimbra", no qual “já foram investidas muitas dezenas de milhões de euros"."

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