quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Metro com autorização para voltar a demolir na Baixa

"Álvaro Maia Seco adianta que, “provavelmente”, Novembro marcará o reinício das demolições, concretamente de um edifício de “discutível qualidade arquitectónica” que parou o processo
As demolições na Baixa de Coimbra, relacionadas com o projecto do Sistema de Mobilidade do Mondego, estão em condições de ser reiniciadas. A Agência Portuguesa do Ambiente (APA) deu parecer favorável ao Relatório de Conformidade Ambiental do Projecto de Execução (RECAPE) apresentado pela Metro Mondego (MM). «É um marco importante neste processo, que permite olhar para a frente», assumiu Álvaro Maia Seco, acrescentando que «o RECAPE foi aprovado com condicionantes».
Após lembrar «um processo muito longo, que começou logo que entrei em 2007», o presidente do Conselho de Administração da MM avançou que, «em Janeiro de 2008, a APA informou que não era possível iniciar o processo de demolições na Baixa sem existir o projecto de execução do troço correspondente a essa envolvente [ligação entre a Avenida Aeminium, na margem direita do Rio Mondego, e a Rua Olímpio Nicolau Fernandes, junto aos Paços do Concelho]», razão pela qual, «este ano, em Março, submetemos o projecto de execução e o RECAPE para apreciação».
Ontem, em conferência de imprensa, marcada para falar do parecer favorável dado pela APA ao RECAPE, Álvaro Maia Seco insurgiu-se contra a demora na obtenção de autorização para demolir um edifício localizado na Avenida Fernão de Magalhães, onde outrora funcionou uma oficina, à beira da Loja do Cidadão de Coimbra. «Ando, há vários anos, a tentar interiorizar que aquele edifício é suficientemente importante do ponto de vista patrimonial para se justificar o dinheiro, o tempo e o esforço que já custou à Metro e, indirectamente, aos contribuintes portugueses», lamentou, antes de sublinhar que «a Metro é proprietária do edifício, não foi lá encontrado nada e não podia demolir enquanto não estivesse pronto o projecto».
«Estou, há mais de três anos, impedido de demolir aquele edifício, de discutível qualidade arquitectónica», situado no local previsto para a passagem da Linha do Hospital, reforçou o presidente da MM, lembrando que «a Metro está, neste momento, a gastar dinheiro para manter de pé alguns daqueles edifícios para depois os demolir», antes de deixar o desabafo: «Estou há três anos na Metro e ainda não consegui demolir uma pedra e não o quero fazer enquanto não tiver absoluta autorização para o fazer», prosseguiu Maia Seco, sublinhando que, «às vezes, o nosso Estado trata pior os projectos que são de interesse público do que trata o projecto de um privado».
Mais de um milhão de euros em estudos
O presidente do Conselho de Administração da MM disse ter «medo» que, «na Baixinha, com tanta protecção do património, qualquer dia aquilo caia tudo». Sem conseguir precisar com exactidão as verbas já gastas, Álvaro Maia Seco, já depois de revelar que, desde que é administrador, «a dívida da MM não aumentou», assumiu que, «só nesta zona, em estudos que tenham, directa ou indirectamente, a ver com a preservação do património e do ambiente já gastámos, seguramente, mais de um milhão de euros».
Agora, «se tudo correr bem e não existir nenhuma surpresa» com a qual a MM «não está à espera que aconteça», as demolições na Baixa vão, «provavelmente, ser reiniciadas em Novembro, por este edifício “emblemático” da cidade». «Na zona mais complicada, só em 2011, com a demolição das traseiras do Restaurante A Democrática e logo a seguir o edifício d’A Democrática e, existindo financiamento para isso, vamos reconstruir, logo de seguida, o edifício da farmácia. A 15 de Janeiro de 2012, vamos demolir os edifícios da frente, que dão para a Rua da Sofia», avançou Maia Seco, embora, sublinhou, «se aparecer um achado arqueológico relevante durante a fase de demolições o processo pode parar “sine dia”, porque é assim que a legislação funciona». "
Noticia do Diário de Coimbra
Eu espero muito sinceramente que as demolições avancem, a Baixa está num estado lastimável e a ser ocupada por grupos de toxicodependentes.

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